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#Satélite

Um programa de residências artísticas que propõe o encontro entre criação e programação, comunidades e espaço público. Tem por objetivo estabelecer um terreno de manifestação cultural, auto representação e participação comunitária.


Póros


Uma cidade plural é um lugar que acolhe os fluxos, as trocas e os contatos entre múltiplas comunidades. É um espaço regenerativo que convoca humanos e mais que humanos para um debate em torno de caminhos, de transgressão e imaginação, com vista à (re)definição de outras ontologias e cartografias possíveis. O pensamento mais do que humano ajuda a reformular como a cidade pode ser concebida, além da atual perspetiva centrada no homem, para que esta possa ser projetada, governada e vivida como um lugar biodiverso e ecocêntrico. Esta intervenção, enquanto parte de uma ação mais ampla, explora a convergência entre ação política e ecologia, e o seu potencial de reposicionar uma reflexão profunda sobre padrões alternativos de ser, fazer e viver em vizinhança.


Achar


O encontro é a primeira forma de relação.
Amor, política, território, migração, espetáculo, história, acaso.
Um lugar é uma ilha...

Uma criação de João Miguel Ferreira e Inês Luzio, desenvolvida em formato de residência artística.


Satélites


A Pele em colaboração com o Coletivo Suspeito e a Artworks, criou 3 módulos nómadas - Oficina, Cozinha, Apresentação - capazes de ocupar e ser ativados em múltiplos centros. 

“Corpus: um corpo é uma coleção de peças, de pedaços, de membros, de zonas, de estados, de funções. Cabeças, mãos e cartilagens, queimaduras, suavidades, emissões, sono, digestão, horripilação, excitação, respirar, digerir, reproduzir-se, recuperar-se, saliva, coriza, torções, cãibras e grains de beauté. É uma coleção de coleções, corpus corporum, cuja unidade resta uma questão para si própria. Mesmo a título de corpo sem órgãos, ele tem uma centena de órgãos, cada um dos quais puxa de um lado e desorganiza o todo que nunca mais chega a se totalizar.”

Jean Luc Nancy

Partindo do conceito de corpo enquanto coleção de peças, objetivamos criar três estruturas nómadas, porosas e multifuncionais. Um corpo coletivo capaz de se manifestar enquanto trilogia, mas também através da autonomia das suas partes. 
Cada uma assume funções distintas, atuando como prolongamento do espaço publico, acolhendo e propondo propostas distintas de escuta, criação e programação artística. Um corpo coleção, e coletor de experiências.



Expedição


Em colaboração com as crianças do Projeto Cercar-te a Pele orientou um oficina de ativação da estrutura Cozinha onde, através de jogos de desaprendizagem e performativos, se iniciou uma expedição de recolha de produtos alimentares no Parque Oriental da cidade e sua posterior confeção.

substantivo feminino/ do latim expeditio.onis
Viagem marítima ou terrestre a determinada região com um fim político, científico, etc.

Retratos de Azevedo


Residência Artística de mapeamento etnográfico com João Paulo Lima onde o desenho se assumiu como um instrumento mediador e de troca entre os moradores de Azevedo e a equipa artística do projeto.


(...) trocar com reciprocidade e acolher o interesse e o desinteresse, o vínculo espontâneo e não a obrigação, o gratuito e não o pago, os consensos e os conflitos, o risco, a incerteza, o imprevisível... Os intercâmbios aqui tornam-se campos férteis para partilhas horizontais, para relações “ganha-ganha”, para a criação de lugares comuns, para a ativação de outras formas de ser e estar em coletividade.
Portanto, o sentido da troca privilegiada no programa azevedo situa-se em uma dimensão simbólica/cultural e tem como elementos chave o respeito, a reciprocidade e a construção permanente da confiança nas interações. Nesta trama de relações e intercâmbios, ao mesmo tempo em que a transparência é o suporte, a palavra e as atitudes fazem parte do “contrato” fundamental entre todos os atores envolvidos.

Lucelina Rosa

Retratos de Azevedo surgiu como uma estratégia de aproximação aos moradores de Azevedo para a sua participação no projeto azevedo. Sendo esta uma comunidade fortemente marcada pela acumulação e concentração de problemas de exclusão e desinserção social, esta atividade propôs uma abordagem empática que privilegiou o “ato de trocar” como uma experiência de diálogo.  Neste contexto, o encontro, a escuta, o cuidar, a temporalidade e o compromisso, assumiram-se como elementos indissociáveis do reconhecimento social e comunitário. Assim, dirigiu-se o convite a comerciantes locais para atuarem como embaixadores do projeto, retratando-os e usando estes desenhos para as primeiras peças de comunicação. Numa segunda fase, deambulações pelo espaço público potenciaram o cruzamento com moradores, e o ato de os retratar levou-nos para conversas em torno dos hábitos alimentares, modos e espaços de produção, necessidades, oportunidades e realidades do território e das comunidades residentes. Cada retratado poderia sintetizar a sua informação numa folha de papel e posteriormente trocá-la pelo desenho. Um “ato de trocar” como possível preâmbulo...